terça-feira, 21 de dezembro de 2010

O Cristão e a Música Secular

Algumas pessoas tem me escrito mensagem com perguntas, as quais considero estarem interligadas e que, por sua importância, merecem ser analisadas com cuidado. Algumas dessas perguntas são: É pecado, para um cristão, ouvir músicas seculares? Um cristão que ainda não abandonou a música secular está perdido? O cristão só deve ouvir louvores?

Na verdade, não é possível responder à pergunta sobre o ouvir músicas seculares com um mero "sim, é pecado" ou "não, não é pecado"; a questão é um pouco mais complexa. Primeiro, podemos perguntar: O que é pecado? A primeira resposta que nos vem à mente é o texto de I João 3:4 - "Todo aquele que pratica o pecado transgride a Lei; de fato, o pecado é a transgressão da Lei." (NVI)

Se olharmos apenas este texto bíblico, ficaremos com o conceito de que basta olharmos os 10 Mandamentos e, se os obedecermos, não estaremos pecando. Mas a versão Almeida Revisada traduz este verso da seguinte forma: "Todo aquele que vive habitualmente no pecado também vive na rebeldia, pois o pecado é rebeldia." Vemos aqui uma definição mais abrangente e mais subjetiva para a palavra "pecado". Na verdade, o próprio João, se seguirmos a leitura até o verso 10, explica melhor a questão do pecado: quem peca é quem faz as obras do diabo. Assim, para resumirmos, se compararmos este trecho com outras passagens bíblicas, veremos que pecado é tudo aquilo que nos afasta de Deus e da Sua vontade. Aí surge outra pergunta: A música pode realmente nos afastar de Deus? Se sim, que tipo de música pode me afastar de Deus e que tipo de música me aproxima dEle? Alguns estudos demonstram que sim, a música pode me afastar ou me aproximar de Deus. Portanto, algumas músicas seriam pecaminosas, enquanto outras não seriam.

Porém, para compreendermos plenamente o problema, temos que estabelecer algumas bases para esta discussão: Primeiro, é muito importante enfatizar que estamos analisando o uso da música secular fora do ambiente da igreja, em momentos de entretenimento pessoal e não de adoração. É evidente que o que é secular não tem lugar no ambiente sagrado. A palavra de Deus é contundente quando diz: “Não profanareis o meu santo nome, e serei santificado no meio dos filhos de Israel. Eu sou o Senhor que vos santifico” (Levítico 22:32) Este texto, juntamente com o relato do episódio em que Nadabe e Abiú trouxeram fogo estranho perante o Senhor e foram consumidos (Levítico 10:1-2), deixa claro que nada que não tenha sido consagrado a Deus pode se usado na adoração a um Deus santo.

Não há pecado em ouvir músicas seculares, desde que não haja nela algum tipo de apelo sexual, contra a ética familiar, cristã ou moral.

Assim, é evidente que precisamos ter cuidado em selecionar as músicas que ouvimos (sejam seculares ou não), bem como as letras que essas músicas nos transmitem; precisamos discernir que efeito este conjunto (letra e música) terá sobre a nossa mente e a nossa vida espiritual. Mas, da mesma forma, quando questionados sobre assuntos espirituais, precisamos fugir da resposta simplista de que, sendo da igreja, é certo, não sendo da igreja, é pecado. Conforme espero ter demonstrado, existem mais coisas que precisam ser consideradas na questão da música secular ou sacra. Cada música precisa ser analisada por si mesma, por seus valores, seus efeitos, seus resultados. Esses resultados, precisamos nos lembrar, tem conseqüências eternas!

Concluindo, diríamos que todas as escolhas musicais do cristão não devem estar rotuladas, mas precisam estar de acordo com Filipenses 4:8 "Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai."
Por Levi de Paula Tavares

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente!