terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Que Deus Seja Seu Ouro

"Se deixar de lado seu amor pelo dinheiro e jogar fora seu ouro fino ganho desonestamente, então o próprio Deus, o Todo-poderoso, será a sua riqueza, o seu ouro e a sua prata."
Jó 22:24-25

O Estado de Idaho, onde moro, é popularmente conhecido como o "Estado-Gema" por causa de seus ricos depósitos minerais. Em 1860, o capitão E. D. Pierce descobriu ouro no ribeiro Orofino. A notícia da rica descoberta desencadeou uma corrida do ouro para a região, que na época fazia parte do Território do Oregon. Dois anos mais tarde, descobriu-se mais ouro na área que agora se chama Vale do Tesouro. 

Subseqüentemente, uma forma curiosa de extrair ouro foi usada com sucesso ao longo do rio Snake. Sabia-se por muito tempo que grandes quantidades de partículas de ouro desciam pelos rios e ribeiros, vindas de montanhas que produziam o minério, e eram depositadas no cascalho e no leito de várias correntes d'água no Estado. Um homem empreendedor ligou uns tubos de sucção, acionados por máquinas a vapor, a barcas que atravessavam para lá e para cá essas correntes. Os tubos puxavam cascalho e areia para o convés. O material então corria por uma calha, e o cascalho aurífero era recolhido sobre mesas cobertas com bacias de cobre. Ali o precioso minério era amalgamado com mercúrio e posteriormente recuperado. As pedras brutas e cascalhos maiores eram jogados de volta para o rio.

Os homens têm percorrido distâncias extraordinárias para conseguir ouro, sacrificando por vezes a própria vida nessa busca. O ouro, ou aquilo que ele representa - riqueza material - exerce um tipo de fascínio hipnótico sobre muitas mentes, levando-as a agir de modo irracional. Dois jovens estavam ocupados na prospecção perto de Placerville. Eram irmãos carnais e sempre se haviam dado bem, mas um dia ambos viram uma pepita de ouro ao mesmo tempo. Os dois correram para pegá-la. Ocorreu uma luta corporal e acabaram matando-se um ao outro. 

Não vale a pena perder a vida por nenhum bem deste mundo - ainda mais a vida eterna. Se as riquezas materiais estiverem exercendo uma fascinação desordenada sobre você, atente para o conselho de Elifaz: jogue-as entre as pedras dos ribeiros e permita que Deus seja o seu ouro.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

O Senhor Nos Garante!

"O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus."
Filipenses 4:19 

Por Gabriel Ferraz

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Porquanto Tão Encarecidamente me Amou...

"Porquanto tão encarecidamente me amou, também eu o livrarei; pô-lo-ei em retiro alto, porque conheceu o meu nome."  (Salmos 91:14)

Para conhecermos realmente as qualidades de uma pessoa, precisamos conviver com ela de muito perto, especialmente nos momentos de crise, de vendaval na vida; precisamos de a conhecer nos momentos em que "a roda está a andar para trás". Não podemos confiar nas primeiras impressões, nas superficialidades da vida, mas esperar, lidar, trabalhar e sofrer juntamente com essa pessoa, para construirmos uma opinião sobre ela.

Acontece o mesmo em relação a Deus. Só um relacionamento duradouro, íntimo, em confissão e oração; só muito tempo a ouvi-lO (ler a Sua Palavra) e a falar com Ele (oração), permitirá que O conheçamos na Sua bondade, justiça, verdade e amor. Ele se unirá a nós por estes atributos, que passarão a fazer parte de nós mesmos. Então, O conheceremos melhor e auferiremos o quão bom é ser dEle e Ele ser nosso querido e amado Pai.

Hoje, por meio de Jesus Cristo podemos ter uma relação muito especial com Deus, pois Jesus é Deus conosco, que nos transporta para o seio do Pai. Assim, em Jesus revelado, conheceremos não só aqueles atributos que Ele partilha e nos comunica (amor, verdade, justiça, santidade), mas também aqueles que são exclusivos, como poder, conhecimento, visão das coisas que são de cima. Para isto é preciso prosseguir em conhecer a Deus (Oseias 6:3), identificando-nos mais e mais com Cristo.

Conhecer a Deus e viver a vida que Deus quer que vivamos é a coisa mais doce e bela que podemos desejar aqui nesta vida. Prossigamos na senda de conhecer mais e melhor a Deus.

Por José Luiz Valério

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Fora da Bigorna


Enquanto digito a conclusão deste livro, meus pensamentos acabaram de sofrer um novo impacto. Minha esposa e eu voltamos há pouco de uma viagem de emergência para ver meu pai. Ele está muito doente. Sofre da doença Lou Gehrig (Esclerose Lateral Amiotrófica), que ataca os músculos e para a qual não se conhece cura, nem a sua origem. Fomos chamados para ir vê-lo sem saber se iríamos encontrá-lo vivo ao chegarmos. Mas ele estava vivo e ainda continua vivendo. "Todavia, embora tivesse melhorado bastante, nós sabemos (e ele também) que, a não ser pela intervenção divina, o tempo de sua partida está próximo."

Meu pai é um homem de grande fé. Um professor apto e um líder influente. Ele jamais deixou qualquer dúvida quanto à sua posição sobre Deus. Suas primeiras palavras para nós, quando fomos vê-lo na unidade de terapia intensiva foram: "Estou pronto para ir para o céu. Penso que chegou a minha hora". 

Quando a doença foi diagnosticada, minha mulher e eu nos encontrávamos nos últimos estágios dos preparativos para trabalhar como missionários na cidade do Rio de janeiro, no Brasil. Quando soube que meu pai tinha uma doença terminal, escrevi-lhe oferecendo para mudar meus planos e ficar com ele. Mas imediatamente me respondeu, dizendo: "Não se preocupe comigo. Não temo a morte nem a eternidade. Vá... agrade a Ele". 

A vida de meu pai é um exemplo de um coração derretido no fogo de Deus, formado em sua bigorna e usado em sua vinha. Ele sabia e sabe, qual o propósito de sua vida. Numa sociedade de dúvidas e confusão, a vida dele sempre foi definida. 

Uma passagem pela bigorna de Deus deve fazer isso por nós: esclarecer nossa missão e definir nosso propósito. 

Quando uma ferramenta emerge da bigorna do ferreiro, sabe-se perfeitamente para o que serve. Não há qualquer dúvida sobre a sua aplicação. Basta olhar para a ferramenta e você sabe na mesma hora qual a sua função. Se pegar um martelo, sabe que foi feito para bater pregos. A serra foi feita para cortar madeira. A chave de fenda serve para apertar parafusos. 

Quando um ser humano sai da bigorna de Deus, o mesmo deveria acontecer. Ao sermos provados por Deus, nos lembramos que nossa função e tarefa é cuidar dos negócios dele; que nosso propósito é ser uma extensão da sua natureza, um embaixador de sua corte real e um arauto da sua mensagem. Devemos sair da oficina sem qualquer indagação sobre o motivo de termos sido feitos. Conhecemos nosso propósito. 

Num mundo de confusão de identidade, de compromissos vacilantes e futuros incertos, vamos ser firmes em nosso papel. A sociedade precisa desesperadamente de um grupo de pessoas cuja tarefa seja clara e cuja determinação seja indiscutível. 

Deus não escondeu sua vontade de seu povo. Nosso Mestre não brinca conosco. Sabemos quem somos. Sabemos para o que fomos feitos. Pode haver alguma pergunta de vez em quando sobre como e com quem devemos realizar a sua missão. Mas a verdade subjacente continua a mesma. Somos o povo de Deus e devemos cuidar dos seus negócios. 

Se vivermos deste modo, poderemos, como meu pai, entrar nos últimos anos com a segurança de saber que a nossa vida foi bem gasta e que o céu está à nossa espera. Existe recompensa maior que essa? 
Por Max Lucado
Do livro "Moldado Por Deus"(Ed. Vida Cristã)

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Fugindo das Vozes

"Você deseja ter sucesso? Aqui está seu modelo. Deseja obter realizações na vida? Aqui está o protótipo. Quer estar sob os holofotes, sob a atenção da imprensa, deseja bajulação? Considere o artigo principal na primeira página do maior jornal diário dos Estados Unidos."
 
Era uma caricatura da "Miss América". A informação "vital" das 51 participantes foi compilada a fim de apresentar a mulher perfeita. Ela tinha cabelos e olhos castanhos, sabia cantar e tinha medidas perfeitas: 90-60-90. Era ideal para ser a Miss América.

A mensagem é ostentada na página: "Esse é o padrão para a mulher americana". A implicação é clara: faça o que for preciso para ficar como ela, enrijeça as pernas, torneie suas coxas, ajeite o cabelo, melhore a maneira como anda.

Nenhuma referência é feita em relação às suas convicções, à sua honestidade ou ao seu Deus. Mas, com certeza, disseram a você o tamanho do quadril dela.

Numa fotografia pequena, 10 centímetros para a esquerda, está outra mulher, com o rosto fino, pele enrugada, parecendo um pedaço de couro. Sem nenhuma maquiagem, pó ou batom. Leva um sorriso débil nos lábios e um lampejo no olhar. Parece pálida, talvez seja minha imaginação ou talvez seja verdade. A notícia diz: "Madre Teresa: em estado grave".

Você conhece a história de Madre Teresa. Quando ganhou o Prêmio Nobel da Paz, em 1985, ela doou os 200 mil dólares para os pobres de Calcutá; quando um empresário lhe comprou um carro novo,

ela o vendeu e deu o dinheiro para os menos privilegiados. Não ganhou nada e não possuiu nada.

Duas mulheres: Miss América e Madre Teresa. Uma caminha pela passarela; a outra trabalhava em becos. Duas vozes: uma promete coroas, flores e multidões; a outra serviço, redenção e alegria.

Não tenho nada contra modelos bonitas, embora eu tenha algumas reservas sobre elas, mas tenho algo contra as vozes mentirosas que atordoam nosso mundo.

Você já as ouviu. Elas dizem para trocar sua integridade por uma nova liquidação, barganhar suas convicções por um acordo fácil, trocar a devoção por uma emoção rápida.

Elas sussurram, insistem, escarnecem, atormentam, tentam conquistar, elogiam:

— Tudo bem, vá em frente!

— Espere até amanhã.
— Não se preocupe, ninguém vai saber.
— Como pode algo tão bom ser tão ruim?

As vozes da multidão.

Nossas vidas são a Wall Street do caos, são as bolsas de valores dos muitos pedidos enlouquecidos. Homens e mulheres adultos vociferam num esforço frenético de conquistar tudo o que podem antes que o tempo se acabe. Compre, venda, comercialize, troque, faça qualquer coisa, mas faça rápido e para que todos possam ver.

Um carnaval de ternos cinzas flanelados onde ninguém sorri, mas todos fazem suas investidas.

Um coral infindável de vozes explosivas: algumas oferecendo, outras tomando para si e todas gritando.

O que fazemos com essas vozes?

Enquanto trabalho neste manuscrito, estou usando uma escrivaninha no quarto do hotel. Estou longe de casa, longe das pessoas que me conhecem, longe dos membros da família que me amam.

As vozes que encorajam e afirmam estão distantes.

Porém, as vozes que atormentam e seduzem estão muito próximas. Embora no quarto esteja tudo quieto, se eu escutar, essas vozes são bem claras. Um folheto no criado-mudo me convida para um passeio no saguão do hotel, onde posso "fazer novos amigos em um ambiente relaxante". Uma propaganda no topo da televisão promete que o pedido de um filme pay-per-view para maiores de idade transformará todas as minhas "fantasias em realidade". Na lista telefônica, várias colunas de serviços de acompanhantes oferecem "amor longe de casa". Um volume atraente, em letras douradas, na gaveta do criado-mudo, acena: O Livro de Mórmom – O Outro Testamento de Jesus Cristo. Na televisão, um apresentador de programa de entrevistas discute o tópico do dia: "Como se dar bem fazendo sexo no escritório".

Vozes, algumas por prazer, outras por poder.

Algumas prometem aceitação, outras prometem carinho. Todas têm algo para oferecer.

Mesmo as vozes que Jesus ouviu prometiam algo.

"Quando a multidão viu o milagre que Jesus tinha feito, começou a dizer: Com certeza este é o Profeta que devia vir ao mundo" (João 6:14).

Para um observador distante, essas são as vozes da vitória. Para o ouvido mal treinado, esses são sons do triunfo. O que poderia ser melhor? Cinco mil pessoas, mais mulheres e crianças proclamando ser Cristo "o Profeta". Milhares de vozes avolumando-se em um ruído de avivamento, em uma aclamação de adoração.

As pessoas tinham tudo que precisavam para uma revolução.

Tinham um inimigo: Herodes. Tinham um mártir: João Batista. Tinham liderança: os discípulos. Tinham muitos suprimentos: o multiplicador de pães. E eles tinham um rei: Jesus de Nazaré.

Por que esperar? A hora havia chegado. O reino de Israel seria restaurado. As pessoas tinham ouvido a voz de Deus.

— Rei Jesus — alguém proclamou. E a multidão repetia, concordando.

Um coro, aclamando poder, contagiava. Não precisavam de cruz, nem de sacrifício. Um exército de discípulos seguindo as pegadas de Jesus. Poder para mudar o mundo sem ter de morrer fazendo isso.

A vingança seria doce. Aquele que tomou a cabeça de João Batista está a apenas alguns metros de distância. Pergunto-me se ele alguma vez já sentiu uma lâmina fria roçar seu pescoço.

Sim, Jesus ouviu essas vozes. Ele ouviu a sedução. Entretanto, também ouviu mais alguém.

E quando Jesus o ouviu, ele o buscou:

"Sabendo Jesus que a multidão estava com a idéia de pegá-lo à força para fazê-lo rei, voltou sozinho para o monte."
(João 6:15)

Jesus preferiu estar sozinho com o verdadeiro Deus a ficar junto à multidão de pessoas equivocadas.

A lógica não disse a ele para despedir a multidão. A sabedoria convencional não lhe disse para virar as costas ao exército desejoso. Não, não era uma voz de fora que Jesus ouviu, era uma voz interior.

A marca de ovelha era o que lhe tornava capaz de ouvir a voz do Pastor.

"O vigia abre a porta para ele e as ovelhas ouvem a sua voz. Ele chama as suas ovelhas pelo nome e as leva para fora"
(João 10:3).

A marca de um discípulo é a sua capacidade de ouvir a voz do Mestre.

"Escutem, eu estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e comerei com ele e ele comerá comigo"
(Apocalipse 3:20).

O mundo soca a mão na sua porta; Jesus apenas bate. As vozes gritam por sua adesão; Jesus mansamente pede. O mundo promete prazer rápido; Jesus promete um jantar tranqüilo... com Deus. "Entrarei em sua casa e comerei com ele e ele comerá comigo".

Qual voz você escuta?

Deixe-me dizer algo importante. Não há um momento em que Jesus não esteja falando. Nenhum sequer. Não existe um lugar em que Jesus não esteja presente, nenhum sequer. Nunca haverá um quarto muito escuro... um saguão muito envolvente... um escritório muito sofisticado... que o terno Amigo, sempre marcando presença e que sempre nos acompanha, implacavelmente não esteja lá, batendo à porta dos nossos corações, com toda gentileza, esperando ser convidado a entrar.

Poucos ouvem essa voz. Um número ainda menor abre a porta.

Todavia, não interprete nossa insensibilidade como a ausência dele. Cercada de promessas evanescentes de prazer, está a promessa eterna de sua presença.

"E eu estarei com vocês todos os dias, até o fim dos tempos" (Mateus 28:20). "Eu nunca o deixarei; eu jamais o abandonarei" (Hebreus 13:15).
 
Não há qualquer outro coro que soe tão alto a ponto de não permitir que a voz de Deus seja ouvida... se decidirmos ouvi-la. É o que acontece nesse hotel.

Demorei alguns minutos para encontrá-la, mas encontrei. Não estava tão visível como o folheto do saguão ou o aviso do filme. Mas estava lá. Não era tão ornamentada como a bíblia dos Mórmons ou tão atraente como a propaganda de acompanhantes. Mas eu desistiria de todas essas mentiras de uma vez por todas, para ficar com a paz que encontrei nesse tesouro.

Uma Bíblia. Uma simples Bíblia deixada ali pelos Gideões. Gastei alguns minutos para encontrá-la, mas finalmente encontrei. E quando a vi, abri em uma das minhas passagens favoritas:

"Não se admirem disso, porque está chegando a hora em que todos os mortos ouvirão a sua voz e sairão dos túmulos. Aqueles que fizeram o bem, vão ressuscitar para a vida eterna. Mas aqueles que fizeram o mal, vão ressuscitar para ser condenados"
(João 5:28-29).

Interessante. Um dia virá em que todos ouvirão a voz dele. Haverá um dia em que todas as outras vozes serão silenciadas, e somente a voz dele será ouvida.

Alguns escutarão sua voz desde o primeiro instante. Não é que ele nunca tenha se pronunciado, mas é que eles nunca a ouviram. Para esses, a voz de Deus será a voz de um estranho. Eles a ouvirão uma vez e nunca mais. Vão passar a eternidade fugindo das vozes que seguiram na terra.

Mas os outros serão chamados de seus túmulos por uma voz familiar, pois são ovelhas que conhecem seu pastor, são servos que abriram a porta quando Jesus bateu.

Nesse dia, a porta se abrirá novamente. Somente dessa vez. E não será Jesus que entrará em nossa casa; seremos nós que entraremos na casa dele.
Por Max Lucado
Do livro "Um Dia Na Vida De Jesus"

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Andando Como Jesus Andou


Aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou.
 - 1 João 2:6

Como cristão, alguém já deve ter lhe dito: "Eu sei que você fala por falar, mas você realmente pode andar como ele andou?" Relacionando esta questão ao desafio feito em 1 João 2:6, eu gostaria de correlacionar uma maneira em que nós realmente podemos caminhar da mesma maneira como Jesus andou. Mesmo não podendo viver uma vida sem pecado como Ele viveu, ressuscitar os mortos, como Ele fez, ou até mesmo amar ilimitadamente como Ele amou, há uma área em que podemos ter perfeição: a obediência à aliança que Deus fez conosco.

Nos tempos da Antiga Aliança, os israelitas (judeus) eram quem tinham uma aliança com Deus. Para que se mantivessem nesse relacionamento de união, uma das suas obrigações era "manter a Páscoa." A história pode ser encontrada em Êxodo, no capítulo 12, de como Deus iniciou a celebração da Páscoa na noite anterior à libertação dos 430 anos da escravidão dos egípcios. A Bíblia fala de como Deus ordenou que os israelitas sacrificassem um cordeiro e marcassem com seu sangue as laterais e a parte superior das portas de cada um para que não morressem. Eles receberam instruções precisas de como preparar e comer o cordeiro e aguardar sua libertação. A Morte foi visitar o Egito, naquela noite em que Deus passaria sobre a terra e mataria o primogênito de cada família; fossem egípcios ou israelitas. Com a obediência à ordem de Deus, tendo visto o Senhor a cada porta, ele pouparia àqueles que tivessem suas portas marcadas com o sangue do cordeiro: Assim, a Páscoa e o seu significado.

Deus sabia que a libertação que ele dera aos israelitas e os eventos que ocorreriam durante esse livramento seriam grandiosos e, por isso, ele queria que seu povo sempre o reconhecesse e nunca se esquecesse das maravilhas que o Pai havia realizado. Por isso, Ele, falando a Moisés - já no deserto - disse para que ele falasse ao povo que mantivessem a Páscoa e fizessem um memorial todos os anos. Por favor, note que Deus, não o homem, fez da Páscoa um memorial: “E este dia vos será por memória, e celebrá-lo-eis por festa ao SENHOR" (Êxodo 12:14)... Esse dia seria o décimo quarto dia do primeiro mês de cada ano.

Como normalmente acontece, porém, quando Deus Todo-Poderoso dá um mandato, há aqueles que querem concessões ou maneiras de ser dispensados de mantê-lo. A Páscoa não foi uma exceção. Alguns perguntaram: "E se nós estivermos impuros por tocar em uma pessoa morta, ou, e se estivermos fora, em uma longa viagem? E se... e se... e se...”. Então, Deus falou a Moisés novamente e disse: "Fala aos filhos de Israel, dizendo: Quando alguém entre vós, ou entre as vossas gerações, for imundo por tocar corpo morto, ou achar-se em jornada longe de vós, contudo ainda celebrará a páscoa ao SENHOR. No mês segundo, no dia catorze à tarde, a celebrarão; com pães ázimos e ervas amargas a comerão" (Números 9:10-11) Porém,  quando um homem for limpo, e não estiver em viajem, e deixar de celebrar a páscoa, essa alma do seu povo será extirpada; porquanto não ofereceu a oferta do SENHOR a seu tempo determinado; esse homem levará o seu pecado" (Números 9:13).

Então, se eles intencionalmente negligenciassem manter a festa da Páscoa, eles não seriam mais considerados como parte do povo da aliança de Deus, e se eles morressem antes da Páscoa seguinte, eles morreriam em seus pecados. Coisas muito fortes, você não acha?

Podemos saber através do estudo das Escrituras de que Jesus nunca perdeu uma Páscoa. Sabemos que seus pais celebraram a Páscoa todos os anos e que Jesus os acompanhava. (Lucas 2:41-42) Então, nós sabemos que Ele permaneceu em um relacionamento de comunhão com o Pai através da obediência a Páscoa. Jesus caminhou, e podemos fazer o mesmo.

No tempo presente da Nova Aliança, dada por Deus, somos chamados cristãos. (Atos 11:26; Atos 26:28; 1Pedro 4:16) Este nome foi dado a nós pelo próprio Deus. "E os gentios verão a tua justiça, e todos os reis a tua glória; e chamar-te-ão por um nome novo, que a boca do SENHOR designará" (Isaías 62: 2). Nós, como cristãos, não somos mais obrigados a sacrificar animais ou manter a Páscoa judaica, porque quando Jesus, a nossa Nova Aliança (Isaías 42:6 e 49:8) morreu na cruz e a cortina do templo se rasgou de alto a baixo (Mateus 27:51) (Marcos 15:38) a Antiga Aliança com todas as leis, cerimônias e sacrifícios terminou e Nova Aliança entrou em vigor.

Os israelitas entraram em sua Aliança pelo parto natural, onde o cristão renasce em seu. (João 3:5) Visto que Jesus Cristo é a nossa Nova Aliança, um crente deve estar em Cristo para a aliança com o nosso grande Deus. As Escrituras mostram que podemos chegar em Cristo através do batismo. “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte?” (Romanos 6:3). “Porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo” (Gálatas 3:27). Crendo que Jesus é o Filho de Deus (Atos 8:37), confessando com a boca (Romanos 10:9-10), arrependendo-se  de seus pecados (Atos 2:38) (Lc 13:3), e sendo batizado nEle, (Atos 2:38) (João 3:5) é como uma pessoa se torna um cristão e entra em uma relação pactual com Deus.

 Uma vez no Pacto, o cristão deve permanecer em Cristo.

É aí que Jesus tornou mais simples permanecer e manter a nossa Nova Aliança: Dois, e não dez mandamentos a seguir: "E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Mateus 22:37-39). E devemos viver o caminho de Deus: "Sede Santos, porque eu sou Santo"(1Pedro 1:16) Agora, gostando ou não, isto é, em suma, o que Deus espera de nós. E por mais que eu ame a Jesus, por mais que tente viver uma vida piedosa e santa, eu caio. Eu peco. E você também ... sim, você. Todos nós pecamos.

 Mas Jesus, sabendo que teríamos pecado, nos deu estas palavras de conforto: "Fazei isto" (Lucas 22:19) Ele estava se referindo a Ceia do Senhor... Comunhão. Ele sabia que sem sangue não há remissão de pecado (Hebreus 9:22) e tinha que haver uma maneira de alcançar esse sangue, o Seu sangue. Ele fez isso possível por meio do batismo (Romanos 6:3) e da Comunhão. (Mateus 26:28)

É registrado em João 6 a primeira vez que Jesus, em seu ministério, disse aos Seus discípulos que, para permanecer (ação contínua) "nEle", eles devem comer a sua carne (ação contínua) e  beber do Seu sangue (Também uma ação contínua). Aqueles que cumprissem sua palavra teriam vida eterna e os que não cumprissem não teriam parte com ele. (João 6:53-56) Ele estava lhes mostrando como poderiam permanecer "no Pacto da aliança" ou "nEle".

 As Escrituras ensinam que a Comunhão deve ser o foco principal do culto de adoração no primeiro dia da semana. "no primeiro dia da semana, ajuntando-se os discípulos para partir o pão” (Atos 20:07a) Os membros da igreja primitiva foram firmes na fração do pão. (Acts2: 42) O Espírito Santo conduziu os apóstolos e a igreja primitiva a, em cada primeiro dia da semana, renovar a Aliança, participando do corpo e sangue de sua Aliança, Jesus Cristo. Foi, portanto, uma renovação semanal. Lembre-se, é comendo e bebendo do corpo e do sangue de Cristo que nos permite "permanecer nEle."

Memoriais são feitos para que possamos lembrar e nunca esquecer uma determinada pessoa ou evento. Os israelitas foram logo esquecendo que Deus os havia libertado da escravidão com sinais e maravilhas, e Ele sabia que em breve eles também esqueceriam quando e quem tinha realizado esta libertação miraculosa. Então Deus, em sua sabedoria, fez da Páscoa um memorial. Tal não é o caso com a Ceia do Senhor. Não é um memorial, uma lembrança do sacrifício de Cristo, como a maioria dos cristãos chamam. Deus sabia que aqueles que estão em Cristo - aqueles que foram comprados com Seu sangue e usam o seu nome - nunca poderiam esquecê-lO. É por isso que Jesus disse: "fazei isto em memória de mim", e não "fazei isso para lembrar de mim." Não se encontra nada nas Escrituras que diga que Jesus fez da Comunhão um memorial, como Deus fez com a Páscoa.

 A Páscoa era apenas uma sombra da Ceia do Senhor em que, quando Deus visse o sangue do seu sacrifício nas vigas das portas ele iria salvá-los da morte certa. Na Ceia do Senhor, quando confessamos e nos arrependemos de nossos pecados, e bebemos do cálice que Jesus disse ser o Seu sangue para a remissão dos nossos pecados, Deus vê o sangue que é o sacrifício pelos nossos pecados, e Ele honra a morte e o sangue de Seu unigênito que nos salvou de uma morte certa, bem como, através do perdão. Está escrito que, "o salário do pecado é a morte" (Romanos 6:23), mas Jesus pagou os salários. As últimas palavras que Jesus pronunciou na cruz, "está consumado" em essência, significam "pago integralmente".

Assim, se um israelita deliberadamente negligenciou a Páscoa, um mero memorial, não era mais considerado um israelita e "tinha o seu pecado" até a próxima oportunidade de observar a Páscoa, depois de um ano inteiro. Sabendo disso, eu não iria querer negligenciar do Senhor, quebrar aliança com Deus e ter a chance de não voltar a me sentar à Mesa no Seu dia.

 Eu confio inteiramente na graça de Deus, semana após semana, até que eu possa ter contato com o sangue "que nos purifica de todo pecado" (1 João 1:7-9); mas faço-o enquanto em aliança com ele. A graça de Deus é uma das riquezas que Ele concede em Cristo Jesus (Efésios 1:7), e não é para ser banalizado por ser um dado adquirido. Com Deus não se zomba.

 Assim como Jesus foi fiel em manter a Páscoa, um memorial e uma sombra da Ceia do Senhor; devemos e podemos ser fiéis também no mantimento e renovação da Aliança através da Comunhão.

 “Aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou.
  (1 João 2:6)
Por Stan Butler