sábado, 11 de dezembro de 2010

Série Depois do Arrebatamento - Capítulo III

Confuso, Pedro desliga o celular e decide obter alguma informação da aeromoça, que não consegue acalmar as pessoas. Também, não era para menos, ali estavam pai e mães que perderam seus filhos; maridos, esposas, tios, tias, amigos, primos: muitos tiveram uma pessoa querida desaparecida! Pedro vai à cabina do avião e, para sua surpresa, encontra lá somente o co-piloto que, atônito, mal se mexia. Pedro então pergunta pelo piloto, ao que seu colega lhe responde que ele estava ali ainda há pouco, quando num piscar de olhos, seu colega sumiu, ficando somente suas vestes (à semelhança do que ocorrera aos outros que também desapareceram!).

Não querendo admitir o fato do arrebatamento, Pedro pensa consigo: “Talvez tenha sido uma abdução alienígena! É claro que há uma explicação lógica, racional...”. E, se existia alguém que não cogitava na possibilidade de vida fora da Terra, esse tal era Pedro. Pouco tempo depois, o avião pousa em Nova Iorque, sua cidade de destino. Lá, ele se depara com um cenário de caos: soldados do exército por toda parte, pessoas procurando ou chorando por aqueles que desapareceram! Pedro não sabia o que fazer. Estava feito um barco à deriva em grande tempestade.

De repente, ele sente uma mão em seu ombro: era Susan, sua futura colega na ONU, que lá trabalhava a cerca de um ano. Susan era filha de um americano com uma brasileira.

- Susan? O que você está fazendo aqui? – pergunta Pedro surpreso.
- Eu soube que você viria e tentei ligar para você, mas não consegui, aí vim te encontrar para te dizer que os trabalhos na ONU foram suspensos desde o ocorrido!

Quase interrompendo-lhe, Pedro pergunta:

- E seus pais?
- Também sumiram!
- Perdoe-me pelo que vou lhe dizer, mas você não parece abalada...
- Apesar de não aparentar, eu estou! E me entristeço mais por não ter vivido no Evangelho como eles. Por outro lado me alegro porque sei que eles estão melhores do que nós!
 Não me diga que você acredita nesse papo de arrebatamento? – Pedro a questiona com um ar de surpresa.
- Mesmo não tendo vivido na fé evangélica como devia, creio sim! – Susan lhe responde convictamente.
- E agora? – pergunta Pedro, mudando de assunto – O que faremos?
- Bom, eu vou para o Brasil para casa dos meus avós, passar alguns dias até esta confusão cessar. E aí, você volta comigo?
- Sim! O que vou ficar fazendo aqui?! Além disso, eu preciso resolver umas pendências que não tive como resolver, por causa da pressa de vir para cá. E também eu confesso que estou confuso com tudo o que está acontecendo!

Enquanto caminham para comprar o bilhete, eles ouvem funcionários de empresas aéreas comentarem que aviões caíram sem pilotos, e nos noticiários de TV, não se falava de outra coisa: lojas de portas fechadas; cidades que tiveram quase todos seus habitantes desaparecidos; muitos acidentes e engarrafamentos causados por automóveis sem motoristas; maternidades em pânico pelo desaparecimento de recém-nascidos; pais aflitos pelo sumiço de seus filhos enquanto iam para a escola; pessoas que deram por falta de seus vizinhos; muita gente que teve alguém em sua casa que desapareceu. Para o desespero de todos, isso se dava em escala mundial. O mundo vivia um de seus piores dias: o caos do pós-arrebatamento!

Continua...

Por Valdemir Alves

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