terça-feira, 9 de novembro de 2010

Igreja do Evangelho Pleno da Coréia do Sul completa 50 anos com cerca de 800 mil membros

David Yonggi Cho fundador da Yoido Full Gospel Igreja do Evangelho Pleno da Coréia do Sul completa 50 anos com cerca de 800 mil membros
Com cerca de 800 mil membros, mais de 500 pastores e nada menos que oito cultos por domingo, traduzidos para oito idiomas e veiculados ao vivo pela internet. Os números grandiosos são a principal característica da Yoido Full Gospel Church (Igreja do Evangelho Pleno de Yoido), na Coréia do Sul. Agora em maio, a megacongregação completa 50 anos e consolida o modelo de células, que ajudou a disseminar como uma das soluções para o cristianismo contemporâneo. Não poderia mesmo ser diferente – com um rebanho tão grande, só mesmo em pequenos grupos é possível manter um mínimo de acompanhamento a seus fiéis. Reconhecida pelo Guinness Book como a maior igreja evangélica do planeta, a Yoido Full Gospel está na base de um dos movimentos mais expressivos do protestantismo contemporâneo.

A história da igreja se mistura com a de seu fundador, o célebre pastor David Yonggi Cho. Ministro ligado à Assembléia de Deus, ele criou um método de oração influenciado pela filosofia budista e técnicas de yoga, que se constitui numa espécie de pensamento positivo espiritual. Partindo do princípio de que o cristão tem a capacidade de trazer tudo à existência pela fé, Cho escreveu o best-seller A quarta dimensão, livro que provocou uma revolução na vida de milhões de pessoas ao redor do mundo – e também bastante controvérsia. Polêmica, aliás, é o que não falta na trajetória do líder sul-coreano. Há cerca de 15 anos, ele causou estranheza ao revelar que estava trocando seu nome de batismo, Paul, por David. Tal mudança aconteceu devido a uma visão em que, após ter se encontrado com sua falecida mulher e figuras bíblicas como Abraão e Davi, Cho teria sido instruído pelo próprio Deus a mudar de nome, numa espécie de “ressurreição” pessoal.

Pequenos grupos – Inaugurada em maio de 1958, a Igreja do Evangelho Pleno funcionou inicialmente numa tenda. Mais tarde transformado em templo, o espaço tem capacidade para abrigar 25 mil pessoas. Desde seus primórdios, a igreja incentiva a formação de pequenos grupos, que se reúnem na própria casa dos crentes. O sistema já alcança 1 milhão de pessoas e está na base do crescimento exponencial da comunidade, que começou no início dos anos 1960, período em que a revolução industrial coreana originou uma nova ordem social baseada no fenômeno da urbanização.

“O modelo criado por Cho é simples, baseado em subdivisão de tarefas”, explica o pastor Robert Lay, presidente do Ministério Igreja em Células, sediado no Paraná. Em março, a entidade reuniu cerca de 1,2 mil pastores no 7º Congresso Anual de Igrejas em Células, na cidade de Águas de Lindóia (SP). “Basicamente, é um sistema de cuidado e administração de tarefas”, descreve Lay. Ligado à Igreja Evangélica Irmãos Menonitas, ele diz que o movimento de células está mais adiantado no Oriente, embora a segunda maior igreja do gênero no mundo é a Elim, de El Salvador, com mais de 120 mil membros, que se divide em 7,8 mil grupos. “As células nos levam de volta à Igreja do Novo Testamento”, continua o pastor. “Neste modelo, coabitam ao mesmo tempo noção da grande congregação, que se reúne nos templos aos domingos, e a pequenina comunidade nos lares. Tanto uma quanto a outra são a mesma Igreja do Senhor.”

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