domingo, 14 de novembro de 2010

As Fissuras Espirituais

Em Tiago capítulo 5, versículo 16 diz o seguinte: “Confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai uns pelos outros, para que sareis. A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos.”

Neste versículo há diversas lições que, se o Espírito Santo nos permitir, discorreremos em mais artigos. Porém, a primeira avaliação sobre esta escritura diz que nós devemos confessar as nossas culpas uns aos outros.
Muitos têm sido enganados pelo modo como interpretam o versículo. Há grupos que montaram “confessionários”, dando suporte à pratica católica de alguém abrir a sua intimidade aos homens, crendo que o mesmo deve ser a pessoa a quem devamos fazer isso.

Confessar é expor algo sobre um fato, pessoas ou situações a alguém. Numa outra tradução das Escrituras, o mesmo versículo é traduzido como “confessar as nossas falhas”. Creio ser esta a melhor tradução.

Mas como devemos interpretar isso? “Confessar as vossas falhas”? A palavra “falhas” tem outro sentido, também. Se, por exemplo, alguém for a Los Angeles, à Cidade do México ou a Tóquio, aparentemente não notará qualquer falha. E, muito provavelmente, não notara qualquer problema. Mas uma analise bem rápida na superfície dessas três cidades mostrarão que ambas estão sobre falhas geológicas: placas que se movem com muita facilidade e que, ocasionalmente, fazem com que surjam terremotos, muitos deles devastadores. Então, a realidade nos mostra que nem sempre o que vemos é o que existe.

Falhas em nossas vidas podem ser aprofundadas por uma decepção ou um pecado que "varremos para debaixo do tapete". O problema é que, quando algo está escondido em nosso coração – algo que precisa ser confessado, como uma amargura contra um irmão – acaba por "alimentar" essa raiz de pecado e o faz florescer em nossa vida.

Digamos que o processo da cura é como rodar numa estrada pavimentada. Certamente, quando buracos aparecerem, o carro irá “reclamar”. Imagine, então, se for uma falha da pista! Quando eu faço uma análise profunda da minha vida e permito que o Espírito Santo identifique essas falhas, estou dando o primeiro passo para receber o perdão e a cura.

Há pouco tempo estava orando e me lembrei de uma pessoa que eu tinha ofendido. Deus me cobrou uma posição em relação a isto. Minha atitude foi conversar com essa pessoa e, de forma bem franca, “abrir o jogo” com ela. Graças a Deus por isso!!!

Muitos de nós, contudo, cremos que é necessário somente pedir perdão a Deus. Mas o próprio Senhor Jesus nos orientou que, antes de entrarmos no templo do Senhor, ou mesmo antes de oferecermos uma oferta, devemos verificar se não temos nada contra o nosso irmão. Ou seja, entre os seres humanos não pode haver raiz de amargura.

Quem vive pela Palavra obtém uma “radiografia espiritual” do Espírito Santo, e consegue identificar onde estão as “fissuras” ou “falhas”. Porém, a decisão de removê-las é totalmente humana.
Após reconhecer onde está o mal, o que se deve fazer é procurar a pessoa. Se teve a coragem de ofender, tome uma atitude digna e reconheça a falha perante ela. Melhor é estar vermelho uma vez do que amarelo a vida inteira.

Por David Soares

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