sábado, 17 de dezembro de 2011

José, o Homem que Confiou em Deus (Parte IV)


Até aquele momento, Jacó se recusava a deixar que Benjamim fosse levado por seus irmãos até o Egito, temendo que ele o perdesse, assim como acontecera com José (Gênesis 42:38). É desta parte que começamos o nosso quarto capítulo da história de José, o homem que confiou em Deus.

Jacó havia dado o assunto por encerrado. Não queria que os seus filhos levassem a Benjamim para que ele perdesse o outro filho mais amado, da esposa mais amada. Mas a situação da fome se agravava ainda mais em  toda a terra, e era necessário que os irmãos fossem buscar mais comida, para que eles não morressem.

Já havia acabado toda a comida que adquiriram, por isso, Jacó chamou a seus filhos e os pediu que fossem comprar mais mantimento. Judá, protestou ao pai, o relembrando: "Fortemente nos protestou aquele varão, dizendo: Não vereis a minha face, se vosso irmão não vier convosco" (Gênesis 43:3). Ele enfatizou: "Se enviares conosco o nosso irmão, desceremos e te compraremos alimento; mas se não o enviares, não desceremos, porquanto aquele varão nos disse: Não vereis a minha face, se vosso irmão não vier convosco" (Gênesis 43:4-5).

Aquele mesmo sentimento de pavor tomou conta de Jacó, que ficou ainda mais desesperado. Ele, nervoso e irado - digamos assim - questionou a seus filhos porque o haviam feito tal mal, dizendo que haviam um outro irmão. Eles lhe disseram que o homem os havia perguntado sobre sua família, se o pai deles ainda estava vivo e se tinham mais um irmão; e eles o responderam. Também indignados, disseram: "Podíamos nós saber que ele diria: Trazei vosso irmão?" (Gênesis 43:7b)

Jacó teve de se render. Ele então permitiu que Benjamim fosse levado, mas pediu para que seus filhos levassem um  presente para José: um pouco de bálsamo, mel, especiarias, mirra, terebinto (uma pequena árvore de flores vermelhas e de forte odor resinoso) e amêndoas. Também disse para levarem o dinheiro que haviam encontrado nos sacos em porção dobrada. Por fim, rendido, lamentou: "e eu, se for desfilhado, desfilhado ficarei" (Gênesis 43:14b).

Os irmãos de José jantam com ele - Eles, então, seguiram até o Egito, para levarem os presentes e devolverem o dinheiro a José. Chegando lá, José viu que Benjamim estava com eles, e por isso mandou que seus servos matassem um animal e preparassem tudo para um banquete que ele daria ao meio-dia. Eles então foram levados até a casa de José.

Eles ficaram apavorados! Pensaram que iram ser julgados e condenados a serem escravos! Por isso, chegando à porta da casa de José, pararam e disseram ao administrador que haviam encontrado o dinheiro com que haviam pago o alimento dentro de seus sacos, que iram lhe devolver o dobro e que não sabiam quem tinha posto o dinheiro de volta.

O administrador os acalmou, dizendo que Deus havia lhes dado um tesouro, e que ele havia recebido o dinheiro com que eles pagaram os mantimentos. Simeão, que estava preso, foi solto e levado a eles. Eles, mais tranquilos, mas ainda temerosos, entraram na casa, lavaram os pés, e seus jumentos receberam pasto. Os servos de José, então, foram preparar o banquete, e os irmãos ficaram o esperando.

José, ao meio-dia, chega-se aos irmãos e pergunta-lhes como estão, e também como estava seu pai: "Vosso pai, o velho de quem falastes, está bem? Ainda vive? E eles disseram: Bem está o teu servo, nosso pai vive ainda" (Gênesis 43:27-28) Os irmãos abaixaram a cabeça e se inclinaram perante à José.

José viu a Benjamim, e perguntou se era ele mesmo, e o abençoou. Mas uma vez, José não aguentou, se emocionou mais uma vez, e foi se retirar para chorar. Sem querer mostrar - ainda - que era ele, e sem  querer revelar sua emoção, ele lavou o rosto rapidamente e voltou para a sala, pedindo que servissem o pão. E serviram o pão, mas separado dos egípcios, pois eles consideravam um sacrilégio.

José os pôs na mesa por ordem de idade, o que deixou seus irmãos perplexos. Logo depois, José teve uma ideia e separou as porções de cada um. Para ver como tratavam a Benjamim, ele colocou, dentre todos os irmãos, cinco vezes mais na porção de Benjamim. Para sua surpresa e alegria, seus irmãos não se indignaram; muito pelo contrário! Eles festejaram e se alegraram, e aproveitaram de tudo.

Ao final do banquete, José pediu novamente ao seu servo para que enchesse o saco de cada um e colocasse o dinheiro de volta na boca de cada saco. Desta vez, porém, ele mandou que colocasse o seu copo de prata no saco de Benjamim. E assim ele obedeceu.

Saindo eles dali, e não estando muito longe, José rapidamente chamou a seu servo mais uma vez e pediu que ele corresse atrás deles, acusando-os de terem roubado o copo de prata de seu senhor. Ele obedeceu e rapidamente chegou a eles, o acusando. Os irmãos de José negaram tudo: "Longe estejam teus servos de fazerem semelhante coisa" (Gênesis 44:7b).

E, sem saberem daquilo, disseram: "Aquele dos teus servos, com quem for achado [o cálice], morra; e ainda nós seremos escravos do meu senhor" (Gênesis 44:9). Cada um abriu seu saco, e lá no saco de Benjamim estava o copo. Eles rasgaram as vestes, e humilhados voltaram à cidade para se explicarem à José.

Continua...
Por Gabriel Ferraz

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