quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

José, o Homem que Confiou em Deus (Parte VII)


Este é o nosso último artigo sobre esta série especial e abençoada sobre a vida de José. O capítulo de hoje é uma avaliação sobre a vida deste homem que confiou e esperou em Deus e alcançou a vitória. Porém, estas palavras que escreverei aqui não serão minhas, mas de Gordon Lindsay, do também último capítulo do livro José e Seus Irmãos, publicado pela Graça Editorial. Antes de mais nada, faço uma menção especial não só a este livro, mas também a José: primeiro-ministro, de William M. Taylor (sem publicação em português) e a Bíblia, minha principal fonte de estudos para preparar esta série. 

Antes de mais nada, agradeço a Deus, em primeiro lugar, por dar me capacidade de reproduzir esta série durante estes sete dias. Agradeço também a você, querido leitor, que nos dá força para continuar este trabalho.

Uma avaliação sobre a vida de José - A história de José, na verdade, é a história da família de Jacó. Até que José fosse mencionado no texto bíblico, a narrativa se concentrara em Jacó. A partir do momento em que José entrou em cena, tornou-se o protagonista, ao redor do qual o pai e os irmão desenpenharam papéis secundários - o que já fora previsto nos sonhos de José (Gênesis 37:9).

A história de José tem um charme especial e é um forte apelo para a juventude. Personagem algum apareceu, na literatura humana e na sagrada, com caráter mais nobre, exceto o próprio Cristo. Desde cedo, José parece ter tido um grande senso de propósito. Seu caráter e suas inclinações contrastavam nitidamente com a de seus irmãos, o que foi a raiz das sérias diferenças entre eles. 

José, em sua juventude, demonstrou certa precocidade. Mas ele demonstrou também falta de sabedoria ao compartilhar com os irmãos os sonhos que Deus lhe dera, os quais tinham um óbvio significado. José não percebeu que, ao contar os sonhos, talvez parecesse egoísta, o que resultaria em uma inimizade cada vez mais profunda entre ele e seus irmãos.

A firmeza que José tinha diante das adversidades era o mais notável traço do seu caráter. Embora a atitude cruel dos irmãos de vendê-lo como escravo para os israelitas tenha causado a José profunda angústia na alma, podemos vê-lo apenas temporariamente deprimido pelo evento. Seu espírito era dotado de notável flexibilidade; adaptou-se às novas circunstâncias, crendo que Deus ainda estava no controle. Embora fosse um homem de emoções profundas, José não era dado a mudanças de humor. Sua fé manteve-se firme e forte e, quando surgiam as oportunidades, José sempre esteve pronto para agarrá-las.

Outro importante traço do caráter de José era a sua confiabilidade. As pessoas sempre podiam depender dele e nele confiar. Quando Potifar dava uma tarefa para o jovem escravo, percebia que ele sempre a realizava bem. José, gradualmente, recebeu mais responsabilidade, pois sempre trabalhava de forma diligente. Além disso, Potifar notou que, por causa dele, a própria casa prosperava. No final, Potifar encarregou de José todos os assuntos da casa. 

Difamado pela perversa mulher de seu senhor, José foi lançado na prisão e colocado a ferros. Ainda assim, mesmo na masmorra, encontrou o favor do carcereiro. José não gastava seu tempo criando problemas nem fazendo planos de fuga, mas cuidava em fazer bem todas as tarefas que lhe davam. Logo o carceireiro lhe confiaria todas as coisas na prisão.

Quando o copeiro-mor e o padeiro-mor foram presos, ficaram sobre a responsabilidade de José. O interesse que ele demonstrou no bem-estar deles fez com que lhe relatassem os sonhos que tiveram e que os perturbavam, os quais apenas José foi capaz de interpretar. Por obra da providência, finalmente, ele foi chamado para estar diante do Faraó, e acabou exaltado à posição de primeiro-ministro do Egito.

Quando se tornou governador de todo o Egito, José monstrou a mesma fidelidade e diligência na maneira de executar suas grandes responsabilidades. Administrou durante o período de fome com grande sabedoria e, evidentemente, José se tornou altamente estimado pela casa do Faraó durante toda sua vida no Egito.

A exaltação de José não o modificou - Poucas pessoas poderiam suportar a responsabilidade de uma prosperidade repentina. José foi um exemplo de homem que poderia passar tanto pela prosperidade quanto pela adversidade com a mesma atitude.

A súbita exaltação de José, elevado a uma posição de supremo poder, representaria grande perigo para muitos homens. Muitas pessoas, ao alcançar o poder, tornam-se irresponsáveis e até mesmo cruéis em sua conduta. Outras seguem pelo caminho do orgulho e da auto-exaltação. José, entretanto, manteve os pés no chão. Sua integridade brilhou em todas as variadas situações que foi desafiado a enfrentar.

Talvez outra pessoa fosse tentada a revelar prematuramente sua identidade aos irmãos, devido ao desejo de ver o efeito que sua posição elevada teria sobre eles. Embora José fosse humano e sentisse satisfação no sucesso que Deus lhe dava, era cuidadoso em dar a Ele toda a glória. Sua principal preocupação foi assegurar o verdadeiro arrependimento dos irmãos para que a verdadeira reconciliação também pudesse ser operada.

Outra qualidade notável de José era sua consciência da providência divina. Ele aprendeu a ver a mão de Deus em todas as circunstâncias. Quando se revelou aos irmãos, arrancou o amargo ferrão da auto-condenação deles, dizendo: "Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos pese aos vossos olhos por me haverdes vendido para cá; porque para conservação da vida, Deus me enviou adiante de vós" (Gênesis 45:5). Durante toda sua conversa com os irmãos, José enfatizou o propósito de que Deus o enviara ao Egito para preservar a posteridade de Israel. "Assim, não fostes vós que me enviastes para cá, senão Deus" (Gênesis 45:8).

A grande verdade da providência de Deus para o destino humano era a estrela que guiava José pela vida. Sua convicção da presença do Senhor sustentou-o ao longo dos anos de adversidade. A grande fé que José possuía lhe deu coragem para resistir às tentações, mesmo custando-lhe anos de prisão.

Um segredo primordial na vida de José foi seu constante reconhecimento da presença de Deus. Como seria maravilhoso se cada cristão descobrisse tal segredo! [...]

[...] Em seu coração, José já tinha perdoado seus irmãos há muito tempo. No entanto, percebeu que, para que seu perdão fosse apreciado, seus irmãos precisariam entender a extensão do pecado que cometeram. Eles precisariam experimentar um pouco do sofrimento que tão maliciosamente infligiram a outros. Quando chegaram ao ponto em que odiaram seus antigos caminhos e entenderam que não tinham pecado apenas contra o irmão, mas também contra os céus, então a afeição de José pôde ser derramada sobre eles.

Realmente a conversão atingira tão profundamente o coração dos irmãos que foi muito difícil conseguirem perdoar a si mesmos, quando José lhes disse: "Não vos entristeçais, nem vos pese aos vossos olhos" (Gênesis 45:5).

José foi um extraordinário estadista e possuía uma habilidade incomum para conquistar a confiança dos outros. Embora tenha sido capaz de interpretar de forma convincente os sonhos do Faraó, parece estranho que o rei, tão rápido, tenha sido movido a dar-lhe tamanha autoridade.

Ainda mais notável foi o fato de que José não abusou do seu poder, mas conduziu-se com tanta sabedoria no desempenho dos complexos negócios da nação, que, 25 anos mais tarde, muito tempo depois de a fome ter terminado, ainda teria a confiança total do Faraó e de todo o povo egípcio. Sem dúvida, José manteve uma posição de honra e de influência no Egito até o final de sua vida.

Por Gabriel Ferraz

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