Em um cenáculo, na noite anterior da qual Ele se tornaria o sacrifício pelos pecados do mundo, Jesus celebrou a páscoa com seus fiéis discípulos. Foi durante esta última refeição que Jesus celebrara, que Ele instituiu este momento de comunhão, que aguardamos com expectativa a cada semana.
Mateus, Marcos, Lucas e Paulo nos dizem que, enquanto estavam comendo a refeição pascal, Jesus tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e deu-o aos discípulos, e disse: "Tomai, comei, isto é o meu corpo. E, tomando o cálice, e dando graças, deu-lho; e todos beberam dele. E disse-lhes: Isto é o meu sangue, o sangue do novo testamento, que por muitos é derramado."
O que muitas vezes passa despercebido é que, antes de oferecer a cada um deles o pedaço de pão que representa o seu corpo; e antes de lhes oferecer a bebida do copo que claramente representa o seu sangue e o sangue da nova aliança, Jesus mandou que cada homem passasse um período de tempo em auto-exame. Ele fez isso através de um comunicado que perturbou a todos; cada um deles. Eis o que disse naquela frase: "Em verdade eu vos digo que um de vós me trairá." Marcos registra que eles começaram a entristecer-se e a dizer a Jesus: um de cada vez: "Será que eu?" E em seguida, outro perguntava: "Será que eu?"
À medida em que entrarmos em comunhão a cada semana, um momento de auto-exame deve ocorrer tal como sucedeu na época. O apóstolo Paulo estava bem ciente de que era para ser um tempo de examinação pessoal, que devemos fazer antes de participarmos do corpo e do sangue de nosso Salvador. Ele diz para a congregação de Corinto, que um homem deve examinar a si mesmo antes que coma do pão e beba do cálice. A igreja de Corinto mostrava desrespeito por este momento de comunhão. Seus pensamentos e motivos não estavam onde deveriam estar. Estes cristãos não estavam discernindo o corpo do Senhor. Paulo tinha de lembrar-lhes que quando comeram o pão e beberam o cálice, eles estavam mostrando a morte de Jesus até o seu retorno. Ele advertiu-lhes que quando comiam e bebiam de uma maneira indigna, eles estavam comendo e bebendo juízo sobre si mesmos.
A palavra trair, que Jesus usou; no grego significa "entregar-se", ou "dar mais", que foi exatamente o que Judas fez com o beijo que deu em Jesus. E ele ainda estava chamando Jesus de "Mestre" o tempo todo.
Mas estamos em momentos diferentes do de Judas? Meu dicionário Oxford, define a palavra "trair" como desleal (a outra pessoa, e etc.). Quando a oportunidade de nos arrependermos perante ao Senhor vem ao nosso coração, às vezes olhamos em volta e pensamos que talvez em uma outra hora ou em outro lugar esta oração de arrependimento seria mais adequada; e então deixamos essa oportunidade passar por nós. Isso meus caros irmãos, é uma traição. A palavra de Deus diz que devemos pregar a palavra, esteja em tempo ou fora de tempo de pregá-la (2 Timóteo 4:2)... deixe-me fazê-lo entender melhor... quando é conveniente e mesmo quando não é conveniente. As almas estão indo para uma eternidade sem Cristo, porque milhões de cristãos não estão dispostos a levar a palavra de Deus aos corações perdidos.
Enquanto nós nos sentamos à espera das bandejas para entrarmos em comunhão com Deus; a cada Santa Ceia, devemos passar algum tempo em um auto-exame, e estar sempre dispostos, durante este tempo de examinação, a fazer esta pergunta: "Mestre, eu lhe traí na semana passada?"
Por Stan Butler