O emirado do Kuwait, que ficou mundialmente conhecido em 1990 ao ser invadido por tropas do ditador Saddam Hussein, na época o todo-poderoso do Iraque, é, guardadas as devidas proporções, uma espécie de oásis de liberdade religiosa no Oriente Médio. Os primeiros missionários cristãos chegaram ao país no início do século 20 e iniciaram o trabalho evangelístico com a abertura de um hospital. E, ao lado dele, abriram uma igreja que funciona até hoje.
País de pequenas dimensões (17.818 km² de área), pouco menor que o estado de Sergipe, o Kuwait é riquíssimo em petróleo, oferece aos seus habitantes um altíssimo padrão de vida e tem como principal peculiaridade o fato de ter mais de 50% de sua população (de dois milhões de pessoas) composta por estrangeiros. Essa característica explica outro aspecto especial do emirado: é um refúgio para aqueles que fogem do extremismo islâmico presente nos países vizinhos.
Após a invasão do país pelo Iraque, a comunidade internacional, liderada pelo então presidente norte-americano George Bush (pai do ex mandatário dos EUA, George W. Bush), derrotou as tropas iraquianas na Guerra do Golfo e o Kuwait recuperou sua liberdade. Muitos acreditam que essa retomada foi fundamental para o florescimento do cristianismo naquele país do Oriente Médio.
Liberdade
O pastor da maior igreja evangélica do Kuwait, Jerry Zandstra, afirma que há, atualmente, mais de 250 mil cristãos naquele país, sendo a maioria composta de trabalhadores estrangeiros. Segundo Zandstra, o governo kuwaitiano não só permite a liberdade do culto cristão como também colabora com as igrejas. A comunidade evangélica liderada por Jerry Zandstra, por exemplo, usa um edifício cedido pelo governo do Kuwait para a realização das reuniões.
Outra característica singular no emirado é a união dos cristãos das mais diferentes denominações. No prédio onde funciona a igreja do Pr. Zandstra, outras 60 pequenas congregações se reúnem. A estimativa é de que mais de 20 mil pessoas participem, semanalmente, das reuniões e dos cultos realizados no prédio. Zandstra garante que, em 18 anos de atividades de sua igreja, nunca houve qualquer interferência por parte do governo local, um regime monárquico islâmico cujo chefe de Estado é, desde 1977, o xeque Jaber al-Ahmad al-Sabah. O chefe de governo é o primeiro-ministro e príncipe Saad al-Abdullah al-Salim al-Sabah.
Problemas
Existem, é verdade, algumas proibições, mas são casos isolados. O filme "A paixão de Cristo", dirigido pelo ator australiano Mel Gibson, teve sua exibição proibida em cinemas do Kuwait. Curiosamente, em países que aplicam leis muçulmanas com muito mais rigidez, tais como Catar, Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Síria, Líbano e Egito, o filme pôde ser exibido sem censura. Ainda assim, os cristãos do Kuwait não têm muito do que reclamar: o acesso a canais de TV evangélicos, transmitidos via satélite, é livre, e a própria Constituição garante liberdade de religião.
Recentemente, os legisladores kuwaitianos introduziram leis que transformaram em crime qualquer ofensa aos livros sagrados do islamismo (o Corão), do judaísmo (o Torá) e do cristianismo (a Bíblia). Existem, atualmente, grupos radicais islâmicos que estão tentando acabar com essas liberdades, e, por isso, algumas leis vedam determinadas práticas comuns em países como o Brasil. Lá, são proibidas as grandes campanhas e cruzadas evangelísticas (em estádios, por exemplo), e a evangelização porta a porta é desencorajada. Na prática, os cristãos só podem falar abertamente das Escrituras Sagradas aos 250 mil que professam a fé cristã.
Lamentavelmente, a liberdade religiosa abriu caminho para que seitas satanistas e ateus também pudessem encontrar espaço no país onde o vazio espiritual foi o combustível para que credos, até então inexistentes, começassem a surgir no emirado majoritariamente muçulmano (85% da população).
Oremos para que os cristãos sejam encorajados a alcançar os muçulmanos e transformar o Oriente Médio pelo poder de Deus!
Por David Soares
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