sábado, 2 de março de 2013

A Mansidão


Hoje, ouvi alguém chamar de "manso", no sentido pejorativo, a outrem, que não gritou, nem protestou indecentemente ante a violação dos seus direitos, antes, delicadamente, passou adiante, evitando, com essa sua atitude, um confronto que poderia acabar mal.

"Manso..." disse alguém que assistia de perto à cena. "Se fosse comigo tinha que vomitar o que disse com língua de palmo. É covarde, medroso e manso que nem um boi castrado".

Tenho refletido sobre a cena e penso que a pessoa atingida não é assim tão fraca e medrosa como foi dito. Pelo contrário, ele demonstrou força de carácter, domínio próprio, coragem, perseverança, bom senso e muita educação. Ser forte não é gritar, forçar, impor pela blasfêmia o que não se consegue pelo amor e pela razão. Também na manifestação da mansidão, face à calúnia e à injustiça, se mostra força, coragem e se alcança vitória.

A mansidão, infelizmente, não é muito bem entendida nos nossos dias, mas é uma graça que vale a pena aceitar e praticar, pois controla o ódio, a malícia, a injustiça e também nos livra das consequências das palavras ditas a "quente".

A mansidão faz o homem feliz, porque lhe dá paz e ainda a oportunidade de promover a paz, evitando a guerra.

"Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra" (Mateus 5:5). "Assim, revesti-vos de entranhas de misericórdia, benignidade, humildade e mansidão, suportando-vos e perdoando-vos uns aos outros, como Cristo vos perdoou..." (Colossenses 3:12-13).

A mansidão não é covardia, nem pequenez, mas força para uma vitória diferente.

Por José Luiz Valério

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