Pode ser que sejamos aqueles que preferem ocupar as últimas cadeiras de nossas igrejas, ou essas que estão perto da porta, para fugir assim que termina o culto.
Pode ser que, na hora da mensagem, estejamos pensando em quem deveria estar escutando aquela palavra, ou ainda que somos os que têm a vida mais ocupada do que os outros para se envolver em algum ministério.
Talvez sejamos aqueles que há tanto tempo estão na mesma igreja, e que, na verdade, não há nada de novo debaixo do sol e muito pouco para se aprender. É que temos muitos anos de experiência!
Somos os do fundo da Igreja? Somos os invisíveis de sempre? Somos nós, definitivamente, os mornos (Apocalipse 3:16)?
"E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos. Porque, se alguém é ouvinte da palavra, e não cumpridor, é semelhante ao homem que contempla ao espelho o seu rosto natural; porque se contempla a si mesmo, e vai-se, e logo se esquece de como era. Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade, e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecidiço, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no seu feito" (Tiago 1:22-25).
Ser um dos invisíveis é simplesmente um engano, porque a vida cristã é radical: ela é a dos praticantes. Os ouvintes vivem a mentira de viver como um reflexo, sem ser ou viver a plenitude da obra que Deus nos tem preparado.
Para que escutamos se não vamos ouvir a voz de Deus em Sua palavra? Nos enganamos de que o ir a Igreja, levantar as mãos ou fazer atos de presença é ser cristão. Mas vamos desmascarar-nos: nós estamos enganados, e somente de ouvir tem ficado em nosso coração.
A atitude de um praticante é a de olhar atentamente à perfeita Lei; examinando o interior e morrendo para o eu a cada momento, ruminando com sua inteligência e deixando atuar o Espírito para compreender aquele que resulta inacessível para a pequenez humana.
Esta é a atitude comprometida e sacrificada de perseverar naquilo que escutou e, reconhecendo que Deus deve fazer a obra, abandonar a si mesmo para entregar-se nas mãos do Criador, para que Ele faça da forma que deve ser.
E não permita esquecer-se disto, se não, retenha e reflita diariamente em suas obras, buscando agradar ao Senhor e glorificá-lo com sua vida.
Sem dúvida nenhuma, a invisibilidade de um ouvidor resulta mais cômoda. Mas não fomos feitos para isso! Deus nos deu dons, capacidades, inteligência e recursos para que estejamos sempre à Sua disposição e assim sermos praticantes bem-aventurados. Sejamos crentes radicais e visíveis! Vivamos o reino!
Por Pra. Regiane